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Ex-jogador alemão quer montar seleção gay e pede que atletas se assumam

A homossexualidade dentro do futebol ainda é um tabu a ser superado, mas se depender do alemão Marcus Urban, os dias do preconceito estão contados. Ex-jogador e um dos primeiros atletas profissionais da história a ter assumido publicamente que é gay, Urban pretende montar uma seleção de gays e simpatizantes para organizar uma partida contra um clube da Bundesliga.
Marcus Urban
"Existem jogadores homossexuais na Bundesliga, o problema é que estão como medo, e com razão", disse à agência AFP o ex-atleta, que atuou no Campeonato da Alemanha Oriental na década de 80, vestindo a camisa do Rot-Weiss Erfurt.

"Há anos que pensamos que jogadores prefeririam revelar (sua homossexualidade) dentro de um grupo, que seria mais fácil agir em conjunto. Não havia oportunidades e ninguém se animava a criá-las. Então pensamos: vamos fazer isso, criar uma oportunidade", explicou Marcus Urban.

O ex-jogador da Alemanha Oriental é autor de uma autobiografia que virou best-seller no país, chamado "Versteckspieler" (ou, em português, "Jogador Escondido"), publicado em 2008. Urban é também o porta-voz da Associação para a diversidade no esporte e na sociedade, com a qual lançou a ideia da "Team Vielfalt", a seleção da diversidade.

Apoio do St Pauli

Marcus Urban espera montar sua seleção homossexual com o máximo de jogadores "o mais rápido possível", mas ele acredita que precisará de um ano para completar a equipe. A equipe já tem dois atletas escalados, um homossexual e outro heterossexual, revelou Urban, mas a ideia é que todos os participantes mantenham o anonimato até que a equipe completa seja divulgada.

"Quando teremos uma equipe pronta, à qual podemos somar reservas e técnicos, buscaremos uma data para a partida", afirma o ex-jogador, que hoje tem 43 anos.

O projeto já recebeu o apoio de um clube profissional, o St. Pauli, de Hamburgo, que atualmente disputa a 2.Bundesliga e que sempre se destacou pelo espírito revolucionário e as posições progressistas.

"Ainda é o início do projeto. Ainda não conversamos com muitos clubes. Os clubes estrangeiros nos interessam também, pode ser o Paris Saint-Germain, o Bordeaux, o Lyon, o Barcelona ou o Manchester United, estamos muito abertos", avisa o alemão, que também espera contar com o apoio da DFB (Federação Alemã). "O mundo do futebol profissional está pronto porque muitas coisas aconteceram nos últimos anos", completou.

Recentemente, o ex-meio-campista Thomas Hitzlsperger assumiu sua homossexualidade.

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