Ad Home

Últimas

O ‘Guardiolismo’ na seleção alemã não deu certo!

Por Arthur Santos

Texto opinativo com intuito de servir para debatermos sobre o que acontece com a seleção alemã nos últimos anos


Em janeiro de 2013, o badalado treinador espanhol Pep Guardiola assinava contrato para treinar o Bayern de Munique, principal clube alemão. 

Mais do que uma contratação de um treinador vitorioso, Pep chegava ao Bayern propondo mudar as características do gigante da Baviera. E de certa forma conseguiu. O Bayern passou a massacrar seus adversários, com alto índice de posse de bola, toques rápidos e curtos e a famosa amplitude imposta por Pep aos adversários. 

Lá, Pep foi tricampeão da Bundesliga, não chegou a passar da semifinal da Champions League esbarrando no poderoso Real Madrid de Cristiano Ronaldo comandado por Zidane. 

Mas o que isso tem a ver com o fracasso da seleção alemã em Copas, Arthur? Para mim, muita coisa! 

Não é coincidência, pelo menos para mim, que os treinadores alemães tenham mudado seus métodos e suas características de formar times desde a base alemã até os principais times da Bundesliga e chegando à seleção. Isso tem muita influência da passagem do Pep na Alemanha! 

Algumas características marcantes e históricas do selecionado alemão Copa após Copa foram perdidas. A frieza, o brio, a força… a eficiência, o poder de decisão… poderia passar o texto inteiro citando vários. 

Hoje estamos diante de um elenco com algumas estrelas do futebol mundial, consagrados em seus times inegavelmente, mas que flagelam com a camisa da seleção na “Hora H” como em outrora não acontecia. 

Lembro que o Guardiola foi bastante criticado por ex-jogadores, por jornalistas e treinadores alemães por estabelecer tais mudanças de comportamento em campo de seus comandados e por influenciar diferentemente o desenvolvimento do futebol do país. Nomes como Ottmar Hitzfeld fizeram duras críticas na sua passagem pelo Bayern, e na época foram ignoradas pelo espanhol. 

Não, não estou aqui querendo dizer que o Guardiola é o culpado por mais esse fracasso histórico do time alemão. 

Até acho que o fracasso de 2018 seja diferente desse de 2022, no Catar. E semelhança apenas a teimosia, tanto de Joaquim Löw em 2018 quanto de Hansi Flick em 2022. 

É porque eu olho para jogadores como Kimmich, Gundogan, Sané… e consigo enxergar o desespero por ter tomado um gol ou por não ter feito um. Destemperamento quase que raro na história alemã. 

São jogadores de alto nível, sem dúvidas, mas que não conseguem ser eficientes, e quando mais se precisa, falham. E não param de falhar! 

A seleção alemã perdeu sua identidade, perdeu a característica que a levou a 8 finais em 20 Copas. Não é mais a mesma de antes quando tinha sim, jogadores mais limitados muitas das vezes mas que quando vestiam aquela camisa branca em Copas sem transformavam. 

Hoje a Alemanha é um time estéril, e os rivais percebem isso a cada jogo, sejam eles mais fortes ou mais fracos. 

É preciso repensar que tipo de futebol querem. Assim como houve uma virada chave em 2004/2006, tá na hora de mais uma e bem profunda para que esse tipo de vexame não volte a acontecer. 

Lembrando que Pep Guardiola é muito cobrado em seus times, tanto no Bayern e principalmente no atual Manchester City, por fraquejar nos momentos derradeiros na Champions League. “Times domésticos”, dizem os mais críticos. 

Guardiola é um gênio, é o melhor treinador que eu vi, mudou o futebol, e é lindo ver seus times atuarem na maior parte do tempo. Mas essa mudança em solo alemão pra mim não casou. É preciso entender que a Alemanha é eficiência pura, é frieza, é jogo forte, coletivo. Não é pra “falso 9”, Alemanha é centroavante grandalhão mesmo, estilo Niclas Füllkrug. Alemanha é Goretzka, que pra mim pode ser símbolo de uma revolução. Mas tudo isso depende de como eles enxergaram mais esse vexame. 

Acima de tudo é preciso respeitar a escola, a velha escola. Futebol de clube é diferente de futebol de seleções. É que por mais que a Alemanha tenha sido campeã mundial em 2014 (com Guardiola já no comando do Bayern) não acho que tenha tido tempo hábil naquela época de ter influenciado tanto no jogo alemão. Era um seleção com características mais alemães do que “Guardiolistas”. 

Que fique bem claro que não sou contra o “Guardiolismo”. Eu sou apenas adepto ao respeito da escola alemã, assim como a Brasileira, a Italiana, a Argentina… é uma mudança radical que a seleção alemã não se adaptou e isso se vê nos números, principalmente de 2017 até aqui.

É um dos principais fatores para seguidos vexames em competições oficiais, lembrando que a Alemanha tem um tenebroso retrospecto na Nations League: de rebaixada e levar goleada histórica pra Espanha. 

Muito provável que o Hansi Flick permaneça no cargo mas tanto a federação quanto seus clubes através de seus treinadores de base precisam dar uma resposta a isso. É preciso voltar um pouco com as raízes do Futebol alemão: Força, frieza, eficiência e coletividade. 

10 comentários:

  1. Esse é realmente um dos maiores problemas. Esse método de jogo não funciona mais na seleção alemã. Funcionou por um período curto e não está funcionando mais. A situação é igual 2004-2006. Realmente a Copa de 2014 não tem a ver tanto com o Guardiola, lá tinha muito do Bayern de Jupp Heynckes e Borussia de Klopp.

    ResponderExcluir
  2. Antes de um técnico e de um modelo de jogo, vc precisa ter material humano a altura de seus objetivos! Definitivamente, creio que está provado (desde o pós 14) pelos resultados que a Alemanha não dispõe destes jogadores, até porque jogaram, ou seja, foram provados e não conquistaram! Aliás não conquistaram nada, muito ao contrário, deram somente vexame! Na Alemanha, estão chamando a geração 95/96, de "a geração fracassada". É um fato! E a Alemanha tem uma situação talvez mais crítica, pois o Euro 24 em casa está a 18 meses, tempo muito curto para uma transformação tão radical que se impõe! O futebol alemão está numa situação muito difícil e será demasiada traumatica a assimilação de que o outrora gigante, agora é um anão do futebol! Mas a Alemanha saberá se adaptar aos novos tempos e se contentar em somente participar! Chegou a vez de ser pequeno, ao menos no futebol!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Se falava a mesma coisa da geração do Podolski, Schweinsteiger e Lahm. Que era só para participar e fazer um papel bom. Que não ganhavam nada. Acabou num 7x1 eterno.

      Excluir
    2. Meu amigo, eu até compreendo a opinião do colega aí de cima (autor do comentário). Podolski, Schwini e Lahm eram outro nível... A Alemanha, antes de chegar ao título de 14, deu demonstrações na seleção de base (Euro Sub-21) de que a geração era fora da média: Özil, Khedira, Kroos e cia... Se você ver a "base" de hoje, a Alemanha é dominada por Portugal, Espanha e cia... Talentos novos não surgirão nos próximos anos... e a Alemanha é ineficiente em aproveitar talentos: Musiala, com 19 anos, Wirtz, com 18 e Havertz são os mais novos, além do Mukoko e só. Tem que aproveitar o bojo de craques que tem em mãos por entanto como Sané, Gnabry, Goretzka, Kimmich e cia... A Alemanha vacila muito em eficiência, ganhou em 14, sim, mas quem lembra dos "fiascos" na Euro 2012, Copa 2010, etc. O futebol alemão é conhecido por precisar de muitas finais pra ser campeão (quem diga o Gigante Bayern). Mas enfim, o culpado é essa comissão técnica liderada por Hansi FLick e os dirigentes da Mannschaft que não tão com nada. E na Euro 2024 me preocupa por já estar classificado como anfitriã, mas não pega adversários à altura. O Brasil fez a mesma coisa na Copa 2014, pensou que era o bãm-bam-bam e deu no que deu...

      Excluir
  3. A Alemanha esperava ser campeã do mundo com Sule e Rudigger? E os laterias fraquissimos, tanto que obrigou o técnico (fraco também) a improvisar um ex-lateral, mas já de tempo, jogador de meio, na lateral, ou seja, uma improvisação num jogo decisivo de copa! Como é possível um time esperar ser campeão do mundo nestas condições? A Alemanha precisa se recolher, baixar a bola (arrogância) e começar tudo de novo, torcendo para levar sorte e ter uma nova geração vencedora, nem que precise nacionalizar alguns talentos de fora (tal qual alguns outros o fazem). É possível que alguns brasucas aceitem a cidadania alemã e sem espaço na canarinho, possam jogar pela Alemanha (naturalizados, claro). Já houve casos, que me lembro Cacau (jogou a copa de 2010 e fez gol) e o Paulo Rinke, este antes, mas não disputou copa (jogou numa Alemanha mais fraca tecnicamente...levou azar). São os que me ocorrem, não sei se hiuve outros! Polacos, estes tem um monte!

    ResponderExcluir
  4. Se olharmos bem para os detalhes, veremos que não havia condições estruturais da seleção alemã progredir nesta copa! Vejam alguns exemplos: 1. O presidente da Federação (DFB) e o técnico, figuras patéticas, muito aquém das necessidades de seus cargos. Isto por si só já seria um problema chave, mas wue poderia ser "compensado" pelos jogadores. Mas aí entra uma dificuldade. 2. A deficiência técnica notória de alguns atletas do elenco, alguns deles titulares absolutos e em posições estratégias, como na zaga. Uma defesa muito fraca, que em 3 jogos, levou 5 gols, 4 deles de ataques como do Japão e costa rica! Item 3. A apatia e falta de empenho para tentar compensar a falta de qualidade com esforço e luta em campo. O time jogou como num torneio amistoso, de forma desinteressada e por vezes displicente! Num torneio curto como a copa, toda atenção é necessária, pois todo vacilo é punido e foi o que ocorreu! Uma seleção que pretende ser campeã não tem como apresentar estas mazelas que a Alemanha demonstrou no Catar e a rigor vem apresentando nos últimos ciclos de copa, desde o pós conquista de 15! A Alemanha terá que se reinventar desde o zero, a começar pela administração do próprio futebol no país! Mas temo que não se produzam as mudanças neste nível, função da política! Neste cenário, que se mantém desde o fracasso ridiculo de 2018 (não houve a mudança), creio que este status quo de letargia se mantenha e a mannschaft continue neste degrau inferior em que caiu, até que se chegue no caos supremo de não passar da primeira fase numa euro caseira e ou de não se classificar para a próxima copa! O futebol alemão está sim neste nivel, pois perder pro Japão, sofrer contra a costa rica e ser eliminado na primeira fase em duas copas seguidas é o espelho que reflete esta realidade (fatos consumados)! É realmente terrível o momento e sombrio o futuro!

    ResponderExcluir
  5. Não tinha como a Alemanha ir longe nessa copa do mundo. Uma semana antes da copa naquele amistoso contra Omã já deu pra ver que ela não chegaria longe e o vexame era evidente. Uma seleção com defesa fraca como Sule e Rudiger não pode pensar em ser campeã em nada. O técnico Hansi Flick é teimoso e errou em não ter colocado Fulkrug já no primeiro jogo. A derrota para os Japoneses tirou a Alemanha da copa pois foi a segunda copa em seguida que a Alemanha estreou com derrota. Muita coisa precisa mudar para que a Alemanha volte a ser uma potência do futebol mundial ⚽🇩🇪🇩🇪🇩🇪🇩🇪⚽

    ResponderExcluir
  6. Os canais de midia esportiva na Alemanha já viraram a chave! Largaram a copa e estão dando destaque aos atletas alemães nos jogos de inverno (populares por lá também). Bom, sei lá, do jeito que a maré está pra Alemanha (mico atrás de vexame), não sei não se não seria melhor ir com a cobertura da copa até o final, ainda tem a Suíça que fala alemão, mas logo cai fora e daí fica somente os "estrangeiros" e pronto, ganhe quem for e se aplaude educadamente! Este negócio de ficar mudando o foco para jogos de inverno pode ser um tiro no pé e se transformar em "jogos de inferno", na medida que comece a cair alemão do esqui ou virar numa curva aquele carrinho de andar no gelo, o tal bobsled... cara, a coisa tá feia, passem algum filme (era bom umas férias do esporte!).

    ResponderExcluir
  7. Acho que o fracasso de 2022 começo em 2018 quando não mandou Low embora, tinha um timaço na mão e bagunçou tudo, dentro do campo até gestão de vestiário. Acho que o Flick é um bom treinador, porem tem pouco tempo de casa, acho que ele errou em não ter entrando com o Fullkrug de titular, como em 2018 Mario Gomez tinha que ser, Mulher é muito bom mas como preparador de bola para o centroavante, ele como centroavante fica difícil. Acho que os jogadores de hoje da Alemanha são muito paz e amor, toca de mais a bola e tem pouca eficiência, aquela última bola do Sané contra a Espanha nesta copa era bola de ter chutado pro gol, então é uma das gerações mais talentosa que a Alemanha já teve, mas se só talento ganhasse o Brasil era campeão de todas as copas que tivemos. Acho que precisa de um futebol mais simples, sem preciosismo. Tem ótimos jogadores, precisa apenas de alguns ajustes.

    ResponderExcluir
  8. O tiki-taka, ou "Guardiolismo", já mostrou que estava saturado naquele grandíssimo embuste que foi a final da Copa das Confederações de 2013.

    ResponderExcluir