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"Alguns jogadores me agradeceram por eu tirar Ballack da Copa", diz Kevin-Prince Boateng


Atualmente defendendo as cores do Milan, da Itália, o meio-campista Kevin-Prince Boateng lançou sua autobiografia intitulada "Ich Prince Boateng. Mein leben. Mein spiel. Mein abrechnung" (ou, em português, "Eu Prince Boateng. Minha vida. Meu jogo. Meu julgamento". O livro fala sobre muitos assuntos da sua polêmica carreira, com destaque para Michael Ballack.

Antes da Copa do Mundo de 2010, Boateng jogava pelo Portsmouth e enfrentou Ballack, que atuava pelo Chelsea, em duelo do Campeonato Inglês. Uma falta muito dura cometida pelo ganês tirou o meia alemão do Mundial da África do Sul e, segundo o próprio Boateng conta na obra, alguns atletas da Mannschaft chegaram a agradecê-lo pelo lance.

"Eu recebi mensagens de jogadores da seleção alemã dizendo assim: 'Ótimo, ainda bem que ele não vai fazer parte do elenco’. Alguns jogadores me agradeceram por eu tirar Ballack da Copa, ficaram aliviados com a notícia de que ele não teria condições de participar do torneio por causa da contusão", diz um trecho do livro.

"O que ninguém lembra é que durante essa partida, eu e Ballack já havíamos tido alguns pequenos entreveros. Em um lance, estávamos os dois na grande área e de repente Ballack me dá um tapa na cara. O juiz não viu. Ballack deveria ter sido expulso, mas na Inglaterra as arbitragens são um pouco diferentes. Só teve um bate-boca e cinco minutos depois fiz a falta nele", revela Boateng.

Kevin-Prince disse ainda que não fez a falta com a intenção de machucar o alemão. "Na hora nem percebi que a falta tinha sido tão grave. Numa bola dividida, pode acontecer muita coisa. Foi um duelo forte mesmo, nenhum dos dois tirou o pé. Eu mesmo sofri muitas faltas daquele tipo e fiquei estendido no chão durante minutos. Foi só no dia seguinte que vi a gravidade pela TV e, de repente, passei a ser o vilão".

E vilão de verdade. "A torcida alemã nunca me perdoou. Fui xingado na rua, arranharam meu carro, aconteceram até ameaças de morte por telefone do tipo: 'Seu negro sujo, você merece ir para a câmara de gás e depois vamos estuprar sua mulher'. Não foi moleza aquela época", continuou.

Segundo Boateng, as diferenças com Ballack vinham desde os tempos de Bundesliga. "Desde nosso primeiro duelo na Bundesliga, eu no Hertha Berlim e ele no Bayern de Munique, sempre aconteceram pequenos atritos. Teve um jogo em que ele pisou no meu pé com muita força. Não sei como não tive uma fratura. Reclamei, mas ele respondeu: ‘Fica quieto rapaz, quem você pensa que é? Eu sou um craque e você, quem é?'", conta o ganês.

"Eu tinha acabado de fazer 18 anos de idade e desde aquele dia meu santo nunca mais bateu com o dele. Mas eu acho que, mesmo assim, ele foi um grande jogador. Para mim, por muito tempo, foi o melhor meio-campista alemão daquela época. Mas, como pessoa, era difícil de aturar", finalizou Boateng.

Vale lembrar que Kevin-Prince Boateng é irmão de Jerome Boateng, zagueiro do Bayern. Ambos nasceram na cidade de Berlim, na Alemanha, mas o meia decidiu atuar pela seleção de Gana, pátria do seu pai. Kevin teve passagens por Hertha Berlim, Borussia Dortmund e Schalke, além de Tottenham, Portsmouth e Milan.

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