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Jogadoras alemãs fazem teste para provar... que são mulheres!

Já não bastasse toda a turbulenta fase que a Fifa vem passando por conta dos escândalos de propina e a renúncia do presidente Joseph Blatter, outra atitude da entidade vem causando polêmica: o teste de verificação de gênero que todas as atletas que irão disputar a Copa do Mundo do Canadá (que começa neste sábado) precisaram passar para provar que são mulheres.

"É verdade [o teste]. Estamos contentes de poder confirmar que as nossas jogadoras são todas do sexo feminino", declarou Doris Fitschen, gerente de futebol da equipe feminina, ao jornal Bild. Segundo a publicação, foram apresentados os prontuários médicos da última consulta ginecológica das atletas.

Mesmo com o exame, a qualquer momento uma atleta pode ser submetida a uma nova investigação de gênero se uma comissão de especialistas da entidade achar que está irregular qualquer característica sexual secundária (quadris largos ou pelo corporal, por exemplo), como determina o regulamento

Não é a primeira vez que a Fifa submete as jogadoras a esse tipo (evasivo e, até certo ponto, humilhante) de teste. Antes da Copa do Mundo de 2011, três jogadoras da Guiné Equatorial foram colocadas sob a suspeita de serem homens, devido a aparência masculinizada das atletas. Todas fizeram o exame, que comprovou que elas pertenciam ao sexo feminino.

Em 2013, a atacante sul-coreana Park Eun-Sun foi boicotada por vários clubes até a jogadora provar  - através de vários exames médicos - que era, de fato, uma mulher. "Dói-me o coração e é humilhante. Passei muitas vezes por exames de gênero e disputei a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Sei que essas pessoas estão tentando me destruir. Mas me esforcei muito para chegar até aqui e não vou me dar por vencida tão facilmente", comentou Park (que estará no Mundial de 2015) em sua conta pessoal de uma rede social na época.

Esse tipo de teste não é exclusivo do futebol: o caso mais famoso é da corredora sul-africana Caster Semenya que, após vencer os 800m livres no Mundial de Atletismo de Berlim em 2009, foi acusada de trapaça por ser homem. Depois de vários exames, foi provado que a atleta é portadora de uma deficiência cromossomática que lhe confere características masculinas e femininas, mas com genitais externos femininos.

Em tempo: em toda a sua história, a Fifa nunca submeteu nenhum jogador homem a fazer o teste de verificação de gênero em nenhum evento organizado pela entidade.

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